segunda-feira, outubro 23, 2006

Puto Negro

















Rouco sofrego na solidão...
Lágrimas secas deixam marca
Num rosto negro e queimado,
Submisso a uma inocente confusão.

Olhos de um branco doente
Com íris opacas pelo sofrimento,
E sorrisos desdentados inoportunos
D'um pequenito que na esperança
ainda é crente.

Menino que ainda chucha no dedo,
Que tem esqueleto desgastado e de areia,
E pela fome e sede feridas sangrantes
Afugentadas pela incerteza do medo.

sexta-feira, outubro 20, 2006


















A realidade em que vivemos
Leva-nos a realidades onde sonhamos,
Onde damos asas à imaginhação
E desenvolvemos o mundo onde crescemos.

Com as visões de mil mundos sem fim,
Onde a miséria da vida foi eleita rainha
E a hipocrisia a sua querida filha,
Onde em linhas de sangue é cozida uma baínha.

Os estudo do corpo humano é gratuito,
E as microbilogias têm as suas consequências
Num céu claramente aberto
Como se existissem de um modo furtuito.

Águas de rios de lágrimas chorados
Mas secas pela seca emocional
Que, qual tufão destroí almas
E desta terra leva aqueles que são mais amados.

Na amargura do sonhar, os rebentos queridos
perecem, nas areias de sombras escuras,
Nas íris eclipsadas pela dor
Amontuada nos inocentes olhitos sofridos.

Nas épocas das chuvas, as manadas regressam.
As chuvas fingem apagar as secas,
Mas a morte e a doença sobrevivem
Brotando lágrimas que jamais cessam.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Coisas da vida...


O nosso special one quando novo e pouco iluminado (isto foi o princípio de tudo)...

por Joel Bavaco e Alfaro Punhal

terça-feira, outubro 17, 2006

Subsídios, ursos, subsídios e maneiras francamente estúpidas de mudar o Mundo...



Estava eu muito entretido nas aulas (entenda-se por entretenimento que me encontrava a olhar fixamente para uma parede à espera que ela se mexesse) quando começou um aceso debate (e aceso é a palavra mais correcta) sobre maneiras de mudar aldeias e vieram-nos com a seguinte ideia:
1º Ideia:
Uma aldeia no Douro, dividia-se o terreno de maneira igual e cada um plantava um tipo de cultura, depois, quando chegava a altura da colheita, dividia-se pelo pessoal, os excedentes eram vendidos e os lucros dividiam-se pela população.
Agora vamos às questões:
1º Como é que se arranjava dinheiro para isto?
SUBSÍDIOS...dão-te 3 contos por uma Oliveira que só vai dar azeite daí por 10 anos, entretando vives dos 3 contos...
2º Isto na cultura oriental talvez desse, mas aqui o pessoal ia reclamar que a terra do vizinho era melhor;
3º Há culturas que dão mais trabalho que outras, desde quando é que essas pessoas iam aceitar receber o mesmo que os outros (eu fico com as oliveiras);
4º As vacas, os porcos e as sardinhas já nascem nas árvores?
5º O Douro só dá vinha e pedras (pronto, talvez uma ou outra azeitona), iam sobreviver com uvas e azeitonas regadas com azeite e tinto?
6º Mas não se esqueçam, o mais importante são os SUBSÍDIOS que matam a fome (a muitos dentes).

2º Ideia:
Uma aldeia muito isolada, com muita população idosa, rodeada de floresta, maus acessos, o medo dos incêndios é muito e o perigo é grande, os habitantes reunem dinheiro e materiais para, com a ajuda de mão-de-obra externa, fazerem uma mina com um depósito ao lado...
Agora as questões:
1º A questão que se impõe, então e os ursos?
2º Caso houvesse fogo em dois extremos da aldeia como se apagava o fogo? Deixava-se arder um lado? (Não é justo e concordo com um nosso amigo Grande);
3º Onde iam buscar a mão-de-obra barata? Países de leste?
4º Tudo bem, fazia-se o depósito e tal, mas como iam apagar eles o fogo? Com copos de água? É que não os estou a ver a conseguir manobrar uma mangueira...
5º Tudo isto seria ajudado por SUBSÍDIOS claro, quem não ouviu falar no "fundo para idosos com pouco dinheiro em aldeias isoladas que pretendem construir uma mina para combater os incêndiso"?;
6º Então mas e os ursos?;
7º Porque não fazemos assim, usamos a pedra das casas para a mina, depois cortamos as árvores para fazer casas, como já não há árvores já não há tanto risco de incendio, então, desfaz-se a mina e já temos toca para os ursos...

Assim vai o Mundo...

(Isso é tudo muito bonito, mas então e os ursos?)
(então e os subsídios?)

domingo, outubro 15, 2006

Assim vão os Estados Unidos...

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terça-feira, outubro 10, 2006


Hoje tive um sereno encontro com a tristeza. Uma tristeza tão vulgar como todas as tristezas mortais e passageiras, tão companheira com a paisagem melancólica que baila na janela de um comboio, tão desafiante como um ultimo fôlego. Tristeza que assume contornos pequenos e intensos, como formigueiro que progressivamente rebate a nossa alma para uma simples existência. Sinto todos os dias que não estou onde pertenço. que me desenquadro voluntariamente de uma realidade muito complexa para mim. Onde a simplicidade de um pé descalço e de um abraço sentido não tem sentido de existir. Onde a areia debaixo dos meus pés não "sabe" a areia debaixo dos pés, onde um sorriso não é simplesmente um sorriso, mas uma conspiração de intelectuos. Sinto saudades da minha casa e da minha gente. De uma casa que não conheço a não ser pela serenidade que me propiciona, e uma "minha" gente que só conheço pelos sorrisos sinceros que voluntariamente confesso sempre que os sinto perto de mim. Na tristeza simples e descomplexada, guardo recordações de uns pés descalços, de uma tarde de silêncio e de umas páginas em branco.

acroma


como nao postei nenhuma imagem no post anterior, deixo-vos umas das melhoras cartas de magic... Acroma, Angel of Wrath

.. que post mais nerd ..

Apitos & Bombas Lda

Nao escrevia neste belo espaço a imenso tempo. mas devidos aos inumeros pedidos dos fãns, ansiosos por ler algo do mentor, lá voltei..

Primeiro de tudo, vou partilhar a minha visão sobre o caso Mateus e apito dourado ( ou azulado..) claro está que a minha visão é de alguém de dentro, pois sou arbitro (pouco) conceituado.

Antes de mais nada, há que dizer, o Mateus é dos jogadores angolanos com o nome mais normal, mas infelizmente, o seu protagonismo vem por outros motivos. O Gil Vicente, tinha mais razão que o belenenses, que perdeu em campo, e quis ganhar na secretaria. o Mateus até nem é bom jogador e os dirigentes do gil são irresponsáveis. No fundo, este caso é a imagem do futebol que temos.

em setubal um simpático senhor assalta um banco e faz refens!!! Finalmente, Portugal é um pais civilizado!!! Agora Hollywood já se pode inspirar em nós para filmes de acçao! mas no argumento há algumas falhas.. pedir 100 mil euros? 20 mil contos?? quer dizer, isso mal da para comprar um casa!!! e como iria sair do banco?? pequena nota mental para quem esta a assaltar um banco e fazer reféns - que peça uma quantia grande, e planeie a fuga..

Na próspera e democrática républica da Coreia do Norte, já têm a bomba atómica! só prova como o custo de vida e da tecnologia tem vindo a baixar, pois se até um pais onde grande parte dos seus habitantes morre à fome tem a bomba atómica...
Felizmente, todos sabemos que o lider da Coreia do Norte é alguém inteligente e sensato, sem ideias megalomanas de expansão, não é por acaso que o seja apelidadi por "lider inteligente".. ou será que é?... a reflectir...

quinta-feira, outubro 05, 2006

Histórias Verídicas: O assentador de tijolos.


Primeiro que tudo quero responder ao anónimo...
O Pintelho não está morto, apenas se encontra adormecido, os seus membros têm outras obrigações e por vezes não sobra tempo para escrever para o nosso auditório...
Agora o que me trouxe aqui...
Vou hoje escrever sobre uma história que ouvi, a história do assentador de tijolos de cascais...esta é a declaração que este fez para o tribunal, a enfermeira escreveu-a pois ele não se encontrava em condições...
"Venho por este meio reportar o acidente que me aconteceu. Encontrava-me eu no 5º andar de um edificio a fazer uma parede e, quando a terminei, constatei que me tinham sobrado alguns tijolos, acometido de um acto de inteligencia decidi fazer desce-los pelo guindaste que se encontrava preso no lado do prédio, dentro de um barril...Coloquei os tijolos dentro do barril e quando me preparava para os descer (refiro que o meu peso se aproxima dos 75 quilos) fui içado violentamente pela corda, indo o barril na direcção do chão. Ao chegar ao ultimo andar os meus dedos foram trilhados pela roldana e assim explico as lesões nos dedos, nas mãos e nos pulsos. Entretanto o barril embateu no chão e o seu fundo rebentou deixando os tijolos no chão (o barril pesa cerca de 25 kilos). Comecei então a cair e nas imediações do 5º andar encontrei o barril no qual embati, ficam assim explicadas as fracturas nas pernas e nos pés. Ao chegar ao chão aterrei em cima dos tijolos partidos e assim se explicam os golpes e cortes que tenho no corpo. Perdendo a presença de espírito que ainda tinha larguei a corda e o barril caiu-me em cima, assim explico as fracturas dos ombros, cabeça e pescoço. A corda deu a volta na roldana e depois caiu-me em cima, facto que me cegou da vista esquerda.
Este é o relatório do acidente, devo afirmar que este relatório foi escrito pela minha enfermeira uma vez que não vejo de um olho e os meus dedos ainda conservam a forma da roldana."

Ainda acham que tão mal??