Hoje quando vinha no meu percurso matinal para a faculdade, várias imagens desviaram a minha concentração do teste que iria ter às 8h. Ao longo da IC 16, viam-se vários indivíduos, com espaço de metros entre eles, nas bermas das estradas. Alguns de leste, outros de raça negra, e outros simplesmente brancos, cuja etnia não consegui identificar. Os meus olhos olharam aqueles indivíduos e a minha mente começou de imediato a fermatar possibilidade de quem seria aqueles homens, que estariam ali a fazer com as suas roupas gastas e baratas, aspecto deslavado, ombros encolhidos perante uma espera de sei lá o quê, e com as trouxas entre as pernas, vendo os carros passar. Imigrantes ilegais?? Quem sabe... Trabalhadores da construção civil?? Talvez... No seu rosto vi a pobreza. Fui encadeada para os bairros de lata, em que o que importa é seguir o dia e chegar ao final do dia com algum dinheiro no bolso e comida. Gente que não vê o mundo para além daquele pedaço que lhes foi confiado, num destino que se desenrola de geração em geração... Vi aqueles homens de pele branca e cabelos loiros. Fugirão de uma miséria para se enfiarem noutra?? De uma miséria onde quase nada tinham para se enfiar na toca dos lobos, que são os patrões exploradores, cujos os dentes são as mentiras e os salários de miséria, e para quem a dignidade humana vale menos que a poeira arrastada pelo vento. Isto é esperança?? Isto é força e desejo de viver?? A eles tiro o meu chapéu e inclino-me numa vénia que demonstra a minha fraqueza e a minha insignificância perante aqueles que lutam todos os dias com o corpo pelo seu pão nosso de cada dia.
domingo, maio 07, 2006
Numa Espera À Beira da Estrada
Hoje quando vinha no meu percurso matinal para a faculdade, várias imagens desviaram a minha concentração do teste que iria ter às 8h. Ao longo da IC 16, viam-se vários indivíduos, com espaço de metros entre eles, nas bermas das estradas. Alguns de leste, outros de raça negra, e outros simplesmente brancos, cuja etnia não consegui identificar. Os meus olhos olharam aqueles indivíduos e a minha mente começou de imediato a fermatar possibilidade de quem seria aqueles homens, que estariam ali a fazer com as suas roupas gastas e baratas, aspecto deslavado, ombros encolhidos perante uma espera de sei lá o quê, e com as trouxas entre as pernas, vendo os carros passar. Imigrantes ilegais?? Quem sabe... Trabalhadores da construção civil?? Talvez... No seu rosto vi a pobreza. Fui encadeada para os bairros de lata, em que o que importa é seguir o dia e chegar ao final do dia com algum dinheiro no bolso e comida. Gente que não vê o mundo para além daquele pedaço que lhes foi confiado, num destino que se desenrola de geração em geração... Vi aqueles homens de pele branca e cabelos loiros. Fugirão de uma miséria para se enfiarem noutra?? De uma miséria onde quase nada tinham para se enfiar na toca dos lobos, que são os patrões exploradores, cujos os dentes são as mentiras e os salários de miséria, e para quem a dignidade humana vale menos que a poeira arrastada pelo vento. Isto é esperança?? Isto é força e desejo de viver?? A eles tiro o meu chapéu e inclino-me numa vénia que demonstra a minha fraqueza e a minha insignificância perante aqueles que lutam todos os dias com o corpo pelo seu pão nosso de cada dia.
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