The Sims

Hoje vislumbrei uma parte da minha vida demasiado opaca e que em certa medida me repulsa. Olho para ela e para os momentos em que me entreguei, desperdiçando um momento de vida e transformando a acção da minha mente em actos mecânicos, e agora vejo, demasiado impostos.
Refiro-me ao jogo The Sims. Um jogo popular e extremamente viciante ao ponto de levarem pcs para o jogarem durante as aulas, ou ficarem acordados noites inteiras a jogá-lo,... Pegamos em máquinas humanas em 3D, cópias humanos muito distantes da nossa realidade, e movemo-las qual fantoches dos nossos desejos e caprichos, condicionados pela etiqueta, regra e vida social do pão nosso de cada dia.
Vislumbro-me, através dos outros, mergulhada na essência oca e sem sentido do jogo. Vejo uma cópia tão má do ser humano, e ao mesmo tempo tão fiel daquilo em que a humanidade se está a transformar. Máquinas controladas pelos caprichos de entidades superiores, sem sentimentos e tirando um proveito seco do materialismo, de gestos opacos, do poder ilusionário de momentos,...
Neste jogo vi uma representação do ser humano seco, desprovido da sua beleza natural, da sua essência. Vejo o ser humano reduzido ao não pensar e à frieza de uma máquina.
Olho à minha volta e para mim mesma... para o que estamos a caminhar? Em que nos estamos a transformar?